ORIENTAÇÕES DA SECRETARIA DE AGRICULTURA E MEIO AMBIENTE PARA O MANEJO DA CIGARRINHA-DO-MILHO

A grande população de cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) presente nas lavouras vem gerando preocupação nos produtores. A situação decorre do fato de o milho safrinha ter sido colhido mais tarde do que o normal, resultado da estiagem do início do ano, condição climática que impossibilitou que o plantio fosse realizado mais cedo.

Observa-se que o inseto se encontra em outras culturas, como por exemplo as pastagens, mas migra para o milho no momento em que este for implantado, o que requer um cuidado ainda maior. O grande problema da cigarrinha-do-milho é que ela é o principal vetor da transmissão dos enfezamentos. Os enfezamentos são doenças causadas por microrganismos denominados molicutes.

O controle deve ser realizado principalmente nas fases iniciais da cultura. Se não controlada nessa fase inicial, os danos irão aparecer na fase reprodutiva da cultura do milho, o que irá comprometer a produção dependendo do estágio em que a planta é infectada. A melhor forma de controle é tomar ações conjuntas para um melhor resultado, como o tratamento de sementes, tratamento químico e o tratamento biológico:

Primeiramente, orientamos os produtores a iniciarem o controle já no tratamento de sementes. Existem produtos que se mostram eficientes como, por exemplo, compostos por Clotianidina, Tiametoxam, Lambda-Cialotrina, e Imidacloprido, ambos com modo de ação sistêmico.

O controle químico deve ser iniciado logo após a identificação dos primeiros insetos na cultura e são indicados alguns piretróides (beta-ciflutrina, bifentrina), neonicotinóides (imidacloprido, tiametoxam) e organofosforados (acefato). É preciso cuidar também os horários de aplicação, preferencialmente ao início da manhã ou final da tarde.

O controle biológico também tem se mostrado eficaz associado ao controle químico. O fungo Beauveria tem sido muito utilizado com grande eficiência, especialmente em condições de ambiente úmido. Por isso é importante observar na aquisição os produtos que possuem essa composição.

O produto biológico age da seguinte forma: os esporos do fungo penetram na cutícula do inseto, colonizando seus órgãos internos para se alimentar, causando a morte da praga. Esse processo ocorre entre 2 a 7 dias após a aplicação, dependendo das condições climáticas. É indicado aplicar o produto biológico juntamente com algum óleo mineral: a utilização de óleos minerais, vegetais ou derivados de petróleo na calda, para aplicação de produtos fitossanitários, visa a aumentar a eficiência de controle de pragas e doenças, quer protegendo a calda aplicada de intempéries, quer melhorando a interação entre a calda e o alvo.

O monitoramento da lavoura, principalmente na fase inicial, é de extrema importância, pois é o que vai influenciar na produtividade final. É preciso observar os produtos que serão adquiridos, principalmente se os mesmos apresentam eficácia contra este inseto-praga conforme divulgado.

Salientamos que a equipe técnica da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente encontra-se disponível para orientar os produtores e sanar as mais diversas dúvidas.